Sempre que eu disser talvez
Portas
entreabertas
janelas
fechadas
baladas
suaves lembram climas brandos
de um
passado que esqueceu de passar
me despeço
uma vez por dia
renasço a
cada amanhecer
procuro
sensatez
encontro
insegurança
É sempre
um pecado ser sincero
é sempre
uma tragédia pedir perdão
te vejo
de longe
te quero
por perto
não sei o
melhor caminho a seguir
sigo em
frente
tua
lembrança é boa
recordo
com certa nostalgia
amor
carinho
alegria
momentos
antigos que amenizam
um rosto
no espelho
que eu
não reconheço mais
um
amontoado de incertezas
e alguém
que não se cansa de voltar atrás
repito
erros
recomeço
histórias
realço
meu destino
de querer
de
esperar
de
merecer
Sinto
esperança em tua voz
e sei que
é verdade
mas
preferiria não saber
quero um
sono tranqüilo
poder
lembrar sem sofrer
quero te
ver feliz
quero
harmonia
honestidade
quero um
pouco de inocência
quero paz
e sempre
que eu disser talvez
diga
nunca mais
Nota:Essa
sequência de poesias sobre tristeza, abandono, amor, carinho, me remetem quase
que automaticamente às paixões juvenis que machucavam, mas que também eram
capazes de momentos de inspiração e harmonia muito raros... lembro de uma jornada
curiosa em que mentalmente eu ouvia “Clube da Esquina II”, na versão do Flávio
Venturini... Alegria, esperança, ingenuidade, assim como desapontamento,
desilusão, rejeição, eram sentimentos presentes nestas jornadas em que a
entrega era quase que proporcional ao descaso e pequenez humanas...
aprendizados valiosos, ainda que dolorosos... O tema é batido, eu sei, e se
torna repetitivo muitas vezes... mas ao menos era sincero, isso posso
garantir... e no mais, quantos já não beberam desta fonte, não é mesmo?
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