quarta-feira, 22 de maio de 2013

Ode ao Sido


Essa poesia que irei publicar aqui hoje foi minha escolha para o concurso promovido pelo Canal Futura, do programa Afinando a Língua. Por este motivo, ela vai "furar a fila" e ser publicada aqui antes de algumas anteriores a ela. Na verdade, ela encerra o livro que editei intitulado "Acidental como o Trovão - Versos e outras prosas", onde compilei as poesias que considerei dignas de publicação, anexando comentários, assim como faço aqui no blog. O motivo de escolhê-la não foi por ser a mais atual (dessa compilação, pois existem coisas mais recentes), mas talvez o fato dela ser uma tentativa que fiz de estabelecer contato com um "eu" que se perdera, mas que permanecia vivo em todas as poesias, em tudo que eu escrevera até então. Foi como fazer as pazes com o adolescente que eu não era mais, mas aceitando e celebrando a parte dele que ainda existia em mim.

O fato é que ela foi escolhida para o tal concurso, só que o tal concurso só aceitava a inscrição de vídeos... pois é... Era para cantar, ler ou recitar sua obra. Não quis perder a oportunidade, então aceitei as regras do jogo. Não sou ator, e me achei super estranho ali, recitando, tentando interpretar... e disfarçadamente lendo os trechos que não lembrava...rs... Fiz o vídeo, editei e publiquei no youtube, outra exigência do concurso... não gosto muito do clima do youtube... sei lá... uma imensa feira livre virtual, onde frutas maravilhosas dividem prateleiras com cascas podres... um canção lírica e maravilhosa seguida de um sujeito arrotando o hino nacional, coisas desse tipo... rs... Mas enfim, é sem dúvida uma grande janela pra muita gente, e cada um mostra em sua janela o que bem entender...

Eis a poesia, escrita em dezembro de 2010:

Ode ao Sido


É estranho olhar para ti a esta distância
É estranho olhar nestes olhos tão intensos
Compartilhar por um instante tamanha inquietude
Tal procura por abrigo
Por uma centelha que iniciasse a combustão plena
Daqui de longe, é fácil parecer mais sábio, menos inquieto
Talvez até o seja, mas olhar para tua paixão me faz apaixonar-me tal qual
E talvez seja isso que me faz olhar para ti vez por outra
Buscar em ti o que pareço perder
E estar aqui, olhando, já me faz saber que encontro
Pois a busca por ti me traz de volta a mim
Olho eu teus olhos invertidos
E tento inverter meu contra-senso
Tento buscar a centelha
Pois hei de tê-la sempre
E roga por não perdê-la, e nem perder-te nela







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