Uma tristeza que, se fosse chuva,
seria chuva fina
cada um de nós em sua ilha
particular
cercado por outras ilhas,
fingindo que todos juntos somos
continentes
barcos a remo
esperando pelo vento que nunca vem
nada realmente faz sentido
mas as coisas são como são
fazendo sentido ou não
ostentando felicidade
ou nutrindo solidão
antes odiado em voz alta
que amado em silêncio
amargo silêncio
a parte de mim que morre
quando um amor morre
prova que jamais serei quem quero
sou quem o outro quer - é ele quem me
vê
serei salvador, serei carrasco
amor ou desamparo
e se nunca serei quem imagino
ser,
de pouco adianta me defender
sou o espelho que não reflete a mim
reflito o olhar
de quem me aponta ou me abraça
me vê com a graça do começo
ou o rancor do fim
Agosto de 2017
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