Curioso como
por vezes o mais brilhante sol
se ofusca sob
uma pequena e escura nuvem
temos sempre
pouco tempo
a cada dia
menos espaço
e ainda assim
pessoas são fúteis
ocas
sobrevivem à
parte de si
ocupando-se
umas das outras
preenchendo
seus vazios
com vazios alheios
A tristeza
hoje me soa irresponsável
temo pelo
vazio dela
temo pelo
tempo que perco,
sufocado pelo
tempo perdido
temo
imensamente me tornar um dos outros
os que não são
eu, e nem de fato são eles
sinto agarrar
minha essência
mas ainda
assim sinto não segurá-la
é líquido que
em minhas mãos se perde
tal como um
lago, não a levo comigo
sinto que
terei de ir ao encontro dela
A finitude alheia
denuncia a
minha
grita em meu
ouvido
feito uma
louca desvairada
e eu grito
para o vento
pra ver se
assim alguém me escuta
Rogo à
divindade que muitos nomeiam
e que todos
são em parte,
que eu me
irrite
que eu me
enraiveça
que eu me
desaponte
que eu chore
mas que não seja
sempre
pelas mesmas
coisas
Maio / 2013
Nota: O nome deste é “Em andamento” não por acaso... era o nome do arquivo,
pois foi escrito em vários momentos diferentes, e de certa forma aquele nome
temporário resumia o que considero a máxima da existência humana: o constante
devir que nos torna eternos projetos de nós mesmos...
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