Serena Certeza
Minha
poesia não é a mesma
de anos
atrás
mas meus
olhos continuam
enxergando
demais
minha
certeza é a locomotiva do meu trem
hoje sei
que não tenho nada
e também
sei que ninguém tem
Ela me
disse que não foi
porque
não tinha que ser
acreditei,
da mesma forma que entendi
quando um
outro me disse
“pára o
mundo, que eu quero descer”
Saiba
ouvir
o que as
pessoas não souberem dizer
e pior do
que querer ferir
é ferir
sem querer
sei que é
estranho,
mas as
vezes
em que me
senti mais sozinho
foram
justamente as vezes
em que
tinha mais gente perto de mim
O mar
torna meus problemas tão pequenos
e minha
existência tão efêmera
pequenas
e suaves gotas de falta de explicação
coisas
sem sentido
muros sem
portão
Minha
mente anda tão cheia
e meus
dias tão vazios
queria
voltar a ser criança
pra poder
brincar de ser feliz
Nota: Quando me refiro a “ela me disse que não
foi porque não era pra ser”, me refiro a uma amiga pessoal, nos meus 16 anos,
que falava sobre uma curiosa história de uma carta, que sozinha rendeu muito
mais do que seu texto um tanto exagerado e sem propósito... uma história até
engraçada, mas que contarei, talvez (!), em uma outra oportunidade... Quanto a
quem disse “pára o mundo que eu quero descer”, me referia à ninguém menos que
Renato Russo... não posso garantir que ele tenha sido o primeiro a dizer isso,
mas foi de quem ouvi...
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