terça-feira, 5 de março de 2013

A idade do Romantismo


A idade do Romantismo


Jogos de palavras
textos ensaiados
pinturas feitas sem tinta ou pincel
cartas amorosas
versos sonolentos
perdidos em pilhas de papel
amores de verão
que nem chegam a durar
o tempo da estação
músicas mal tocadas
com letras que ninguém presta atenção
olhares que tocam
palavras simples que nunca se esquece
beijos, promessas
coisas sem explicação

Idade da pressa
da dúvida
da incoerência
amores diminuídos pelo modo
enaltecidos pela essência
há sempre coisas que acontecem
sem razão de acontecer

Sei que tudo que preciso pra viver
é um violão meio desafinado
alguma coisa linda pra fazer
e alguém que me ame do meu lado
sei que é pouco
e sei que basta
romantismo é começar do meio
sem nada pra justificar
olhar nos olhos
dizer sem precisar falar
reino do mal entendido
sofrimento banal
carinho perdido
com quem nem se esforça
pra tentar merecer
mania de gostar
de quem nos faz sofrer
e digo porque sei
que nem quero mais saber
o amor por mais honesto
traz o medo de ser finda
água de infinito beber
e se a sede nunca acaba
não há quem deixe de querer

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