Gotas
de Orvalho
Noites
escuras
manhãs de
Sol
sorrisos
sinceros
tudo tão
simples
tudo tão
normal
que pena
ser diferente agora
as coisas
simples
continuam
simples
mas não
são mais
tão
normais assim
as
pessoas não são as mesmas
o vento
não sopra mais na mesma direção
A poeira
em meus olhos não me deixa ver
se restou
algo
se é que
restou algo
as portas
estão se fechando
as
janelas também
os fatos
já não são importantes
quase
nada é
fica
difícil lutar
principalmente,
quando se
luta sozinho
Deixei de
escrever
deixei de
falar
não há
quem ouça
ninguém
se preocupa mais
nem eu
o que me
importa não é o motivo
mas a
atitude
o mundo é
feito de acasos
de idéias
não
importa como se escreve
mas como
se lê
Nota: Me
impressiona como quase consigo lembrar do momento em que escrevi cada uma
dessas poesias... são autobiográficas, muitas delas, e é claro que me recordo dos sentimentos
que estavam por trás das palavras... mas virtualmente me vejo lá, sentado num
colchão com meu caderno velho, escrevendo sobre o que angustiava meu coração ainda
tão ingênuo... por vezes, escrevia no colégio, isso já durante meu 2º grau...
me refugiava na biblioteca e rabiscava meus versos em pedaços de papel mal
cortados, esperando para passá-los a limpo depois... outra coisa interessante,
e até meio clichê, é como os temas tratados, como a indiferença e a desolação
num mundo cada vez mais “surdo”, permanecem tão atuais...
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