domingo, 24 de fevereiro de 2013

Gotas de Orvalho


Gotas de Orvalho


Noites escuras
manhãs de Sol
sorrisos sinceros
tudo tão simples
tudo tão normal
que pena ser diferente agora
as coisas simples
continuam simples
mas não são mais
tão normais assim
as pessoas não são as mesmas
o vento não sopra mais na mesma direção

A poeira em meus olhos não me deixa ver
se restou algo
se é que restou algo
as portas estão se fechando
as janelas também
os fatos já não são importantes
quase nada é
fica difícil lutar
principalmente,
quando se luta sozinho

Deixei de escrever
deixei de falar
não há quem ouça
ninguém se preocupa mais
nem eu
o que me importa não é o motivo
mas a atitude
o mundo é feito de acasos
de idéias
não importa como se escreve
mas como se lê

Nota: Me impressiona como quase consigo lembrar do momento em que escrevi cada uma dessas poesias... são autobiográficas, muitas delas, e é claro que me recordo dos sentimentos que estavam por trás das palavras... mas virtualmente me vejo lá, sentado num colchão com meu caderno velho, escrevendo sobre o que angustiava meu coração ainda tão ingênuo... por vezes, escrevia no colégio, isso já durante meu 2º grau... me refugiava na biblioteca e rabiscava meus versos em pedaços de papel mal cortados, esperando para passá-los a limpo depois... outra coisa interessante, e até meio clichê, é como os temas tratados, como a indiferença e a desolação num mundo cada vez mais “surdo”, permanecem tão atuais...

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